PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E TRATAMENTO DE IMAGEM
Carolina Nobre
TÍTULO
Janelas contato: micro-dicionário de infâncias na pandemia
AUTORES
Franciela da Silva Ferreira, Giovana Scareli, Luciano Bedin da Costa e Pablo Quaglia
SOBRE
Pandemia – que vem de panda - Mia – Que vem de mia. Que sonho seria. Se a pandemia fosse um panda que mia. Naqueles tempos, que ousamos imaginar como um passado, possibilidade eminente da despedida nos fez suportar uma saudade doída de gente querida, que a gente apenas via, e agradecia por estar lá, viva, do outro lado da janela. Janela que pode ser proteção, mas sempre é caminho. Uma porta acima do chão que nos permite viajar. Para onde se vai quando se tem pressa. Naqueles tempos, quando algum contato podia, o álcool em gel virou um prolongador de afetos. Naqueles tempos, algumas portas precisaram ser fechadas e a gente tinha desejo de contato, a gente tinha pressa. E tinha energia e intensidade dessas que só as crianças e os adultos atravessados pela infância parecem ter.
CRIANÇA: Um presente que suspende o caos; É intensidade, é vida que irradia. É como se fosse uma máquina, dessas de 220 volts. Gasta muita energia, mas não pode ficar fora da tomada. Naqueles tempos, foram as janelas nosso caminho. Foram elas, nossas tomadas para recarregar a energia. E assim, como o álcool em gel, as janelas também foram nossas prolongadoras de afetos.
Este livro, portanto, é fruto de janelas que abrimos para encontrar pessoas de vários lugares do Brasil, trabalhando e estudando em diferentes Universidades Públicas durante o período emergencial remoto em virtude da pandemia. Abrindo janelas nas diferentes regiões do país realizamos duas oficinas on-line em 2021: “Escrever-pesquisar com infâncias” e “Quando a infância desenha verbetes”. As oficinas foram promovidas por diferentes ações da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ): Programa de Extensão Educação, Cinema, outros territórios - ECOS; aulas virtuais da disciplina “Educação e Filosofia e Imagem: Invenções (e)m Pesquisa (e)m vidas II” (COPED/PPEDU/UFSJ), vinculadas ao Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia e Imagem (GEFI) e da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do Grupo de Pesquisa Cabeça de Criança. Nesses encontros estiveram presentes professores, professoras, pesquisadores, pesquisadoras, alunos e alunas, crianças de todas as idades, pessoas que se inscreveram livremente para participar e criar com a gente; para experimentar um exercício de infância e, quem sabe, sonhar apenas pelo tempo em que estávamos juntos que o mundo fora das janelas, tal como a guerra, é apenas um jogo que os meninos de hoje jogam. A prática do distanciamento social responsável, o uso de máscaras, a vacina, aquela formiga que parece agulha, mas te deixa saudável, a amizade, a universidade pública, muito trabalho coletivo, as janelas, a infância, os sonhos e este livro, nos mantiveram vivos.
ANO
2022